sábado, 19 de junho de 2010

o valor daquele abraço

Decepcionante, é estar ao teu lado e perceber que nosso princípios são distintos, não poder te tocar.
É deitar na cama e lembrar que me deixaria enganar, por uma mera paixonite como essa.
É passar mais um dia aturando tu te declarar pra ela ao meu ouvido, sem eu fazer nada.
É me lembrar que somos melhores amigos.
Te vejo muito além de tuas atitudes habituais. Te quero muito bem, sem demonstrações triviais.
Tu ainda não desistiu? Parece que um não, não basta, tu prefere cortar os pulsos.
Ainda espero o dia em que tu me dirá que a esqueceu, mas não mais por muito tempo.
Quero sentir verdade no teu olhar, ver que teu coração está disposto a encarar novas paixões.
Pudera eu te mostrar que essa lei que tu impôs a ti mesmo e que segue com rigor, esse amor platônico que tu cultivou em ta mente, não irão te levar a lugar nenhum.
A toa, me encho que esperanças cada instante que te vejo. Já decorei nossos passos.
Estamos iguais, apesar de eu não demonstrar nada, queria que tu decifrasse meu olhar.
Algumas coisas são indescritíveis. Teu abraço amigo ficou em mim e desejei o ter perpétuamente.
E tudo aquilo que passams juntos, amanhã será como se não tivesse existido, mas apenas pra ti, pois eu guardo tudo aqui no meu peito.
Não acredito que isso se chame amor, é apenas uma ilusão que criei, por isso, quero exorcizar logo de mim essa paixão, te esquecer de vez.
Não irá adiantar eu me lamentar pelo que não ocorreu, sofrer por alguém tão indiferente como tu, que achas que o mundo acabou, por consequência dela não te querer.
Vou aproveitar, até que me façam parar.

Por: Martina Kny

domingo, 13 de junho de 2010

em memória sua

É uma consequência de viver, de envelhecer, de ter filhos, netos, até bisnetos.

Fiquei muito tempo a reflectir sobre aquele momento.

Tudo acabara pra ele. Nunca mais poderá ver o azul do céu que eu apreciava naquele instante. Não poderá voltar para agradecer pelo que foi feito a ele, baixar a guarda e dizer que lá era um lugar bom de se viver, muito menos para reestabelecer e tornar maior seus vínculos familiares.

As flores de plástico realmente não morrem e agora sua residência está coberta delas, de todos os tipos, por todos os lados.

Frente a esse lugar sinistro, me vem várias coisas na cabeça. Muitos coisas ruins, que me dão medo, aflição em pensar que ali, sob a terra, vivem muitos indivíduos, ou, morrem.
Mas também, a vontade de agradecer por ter uma saúde plena, conviver com gente que eu amo, ser feliz, por poder viver.

Em determinadas situações, o vazio de perder um companheiro, persiste.
Afinal, pessoas são insubstituíveis, cada um com suas manias, defeitos e qualidades, todas singulares.
Ele estava sendo corroído por dentro, não deve ser fácil, depois de seis décadas juntos, um partir. A solidão bate e o sentimento que fica é insuportável.
Alguém que lhe dera tudo que pode, amor, carinho, compressão, a chance de ser lembrado, deixar herdeiros, simplesmente desapareceu? Virou nada?
Tenho certeza de que ele queria isso e deve estar mais feliz, aonde quer que esteja, ao lado de sua amada.
Descanse em paz.

Por: Martina Kny

Seguidores